Assim como o relacionamento, sexo também precisa ser conversado

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Já conversamos sobre a diferença de quem procura uma alma gêmea e de quem acredita no crescimento do relacionamento, e como o segundo grupo consegue encontrar um relacionamento satisfatório, enquanto os que acreditam em alma-gêmea pulam de relacionamento em relacionamento sem trabalhar neles, à procura de uma perfeição que não existe. No entanto, o que não conversamos ainda é que, mesmo os casais que acreditam em crescimento e negociação tendem a evitar um tópico em particular: o sexo.

É algo que vejo até no consultório. Sexo, na maioria das vezes, é um tópico que é evitado, mesmo quando existe um problema óbvio, que nem o paciente poderia negar. Considerando que o assunto é visto como tabu até na terapia (onde podemos e devemos falar sobre todas as nossas aflições), é fácil imaginar que é ainda menos conversado com parceiros. E é aí que mora o perigo.

Apesar de sexo definitivamente não ser tudo em um relacionamento amoroso, ele é um dos ingredientes principais. Não estou falando de quantidade nem de nada em específico, mas de compatibilidade. A insatisfação sexual pode ser a causa de rompimentos e brigas que muitas vezes se apresentam como motivos secundários, usados como desculpa.

Realmente, não é fácil conversar sobre o assunto. Muitas vezes, associamos a insatisfação sexual com um relacionamento abalado, fraco. Às vezes, associamos até com falta de amor. A  mídia mostra como se em todos os relacionamentos bons, o sexo fosse completamente perfeito, sempre cenas de filme. Sentimos a necessidade de fingir que está tudo perfeito quando não está, para o bem de quem está ao nosso lado. Não queremos magoar o nosso amor, muito menos trazer insegurança. Queremos que nossos parceiros também se sintam dignos a um amor de filme romântico, e seja lá qual for o nosso problema, acreditamos que irá desaparecer com o tempo. Nisso, vão-se meses, anos de insatisfação, e a bola de neve de ressentimento só cresce, até que o inevitável acontece. Muitas vezes, um pequeno problema que poderia ter sido discutido (e resolvido) causa uma insatisfação enorme caso seja escondido por por muito tempo, podendo causar rompimentos em relacionamentos que poderiam ter durado muito mais. Lembre-se que, mesmo quando temos um tapete grande, há um limite do que podemos varrer para debaixo dele. Problemas não desaparecem com o tempo, eles se acumulam.

Tudo pode ser trabalhado e negociado, inclusive o que acontece debaixo dos lençóis. Não existe perfeição, seja na cama ou fora dela. Por outro lado, esconder nossos desejos ou desencantos também não é o ideal. A solução? Comunicação. Caso você se encontre com esse problema, talvez seja a hora de uma conversa honesta com o seu amor. Tente ser o mais específico e o mais aberto possível. Pense, comunique, e pergunte ao seu parceiro(a) também:

O que você gosta? O que realmente te excita na cama?
O que te incomoda agora? Como poderia melhorar?
O que faz você se sentir conectado ao seu parceiro?

Casais mais abertos na comunicação, seja de cunho sexual ou não, são mais felizes. Lembre-se que vocês são um time, e um time precisa trabalhar junto.

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Sexo: perguntas que você precisa fazer ao seu parceiro antes do casamento

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Por mais que um casamento seja muito mais do que sexo, relacionamentos íntimos são importantes para a manutenção de um. Na clínica, vejo muitos dos meus clientes com problemas que poderiam ter sido evitados caso uma conversa tivesse sido tida com seus parceiros antes de “fechar o contrato”. A falta de verdadeira intimidade com seu parceiro pode criar sérios problemas no futuro, inclusive o divórcio. Portanto, antes de tomar o próximo passo, veja se esses assuntos já foram discutidos:

Você possui alguma fantasia sexual? Preferências?
Apesar de nem todos os parceiros possuírem fantasias, considere também as preferências sexuais em geral neste mesmo tópico. Quando os parceiros estão no começo de um relacionamento, é comum esconder maiores intimidades, que geralmente aparecem aos poucos. No entanto, às vezes o assunto é importante e não é discutido por vergonha, o que pode levar à frustração em longo prazo. Um exemplo aqui são os fetiches: e se o seu parceiro tiver um? Isso precisa ser conversado, e um acordo que seja satisfatório para os dois precisa ser encontrado.

Você gosta de sexo? De quanto em quanto tempo você acha uma periodicidade saudável?
No começo do relacionamento muitos parceiros exageram na quantidade, seja para agradar o parceiro ou porque acha que é o certo. Algumas pessoas sequer se importam com o ato, e só fazem porque “faz parte”. Uma pessoa que quer ter relações uma vez ao ano terá problemas com uma outra que quer ter cinco vezes ao dia. Isso tudo deve ser conversado. Não existe uma periodicidade ideal, e sim uma periodicidade que agrade a ambos.

Você possui algum problema sexual que eu não sei?
Disfunções seja por depressão ou qualquer outro motivo precisam ser mencionados, assim como qualquer problema genital. Traumas sexuais também precisam ser conversados, seja em particular ou junto com um terapeuta.

Você quer ter filhos?
É uma pergunta que não tem a ver com sexo, mas tem a ver com o resultado do ato. Quais são as expectativas de cada um para o futuro? Vocês dois querem filhos? Se sim, quantos? Qual seria o método de criação? Se não, vocês sempre usarão algum contraceptivo? Se sim, qual? Seu parceiro tem algo contra camisinha? Essas perguntas precisam ser respondidas para evitar brigas ou surpresas no futuro.

Como foram os seus relacionamentos anteriores?
Não podemos dizer que pessoas que já traíram sempre trairão, mas se o seu parceiro teve cinco relacionamentos e em todos eles houve traição por parte dele, interprete isso como um mau sinal. Não somente traição, mas qualquer tipo de repetição deve ser levado em conta: abandono, falta de interesse, raiva, etc.

Por último, lembre-se que não existem casais perfeitos e 100% compatíveis, e sim pessoas dispostas a negociar e a chegar em um acordo que agrade a ambos. A ideia de que qualquer diferença pode ser eliminada apenas no convívio é muito bonita, mas é uma ilusão. Muitas diferenças podem ser eliminadas sim, porém há a necessidade de saber se existe um caminho para isso, se os dois estão dispostos a negociar e o quanto estão dispostos a ceder.

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