O caso do Matheus, webnamoro, catfishing, golpes e às vezes pura maldade mesmo

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Vamos falar de webnamoro?

Primeiramente, não sou contra namoros à distância. Quero deixar isso extremamente claro aqui antes de prosseguirmos. Mas, com o caso do rapaz Matheus (para quem não soube da história, vou resumir: ele é do RS, de família humilde, juntou dinheiro para ver uma moça chamada Luana em SP e morar com ela – só que essa menina nunca apareceu na rodoviária para buscá-lo – Matheus passou fome na rodoviária, pois não tinha mais dinheiro, e felizmente foi socorrido por um conhecido), acho que vale a pena batermos um papo sobre isso, para tomarmos cuidado com quem nos envolvemos.

Com Facebook, jogos online, instagram, aplicativos de relacionamento, etc, é muito mais fácil encontrarmos pessoas legais, e muitas vezes essas pessoas moram longe – pode ser em outra cidade, em outro estado ou até mesmo em outro país. Relacionamentos ruins e falsidades acontecem tanto à distância quanto presencial, mas tem algumas coisas que podemos prestar atenção nos relacionamentos à distância, para ver se eles são reais ou não. Eis algumas dicas:

Relacionamento à distância requer dinheiro, de pelo menos uma das partes:
Se você é adolescente e não tem dinheiro para viagens, repense sobre a possibilidade de um relacionamento à distância. Eu sei que pode soar um pouquinho duro o que eu estou falando, mas se você só vai ter dinheiro para ver o seu parceiro pela primeira vez daqui a dois, três, cinco anos, será que vale a pena fazer esse investimento emocional? Existem exceções para todos os casos, e o seu pode ser um, mas na grande maioria isso não vale a pena.

Todo mundo pode falar por voz e por câmera:
Antes de marcar com alguém que você conheceu online, faça ligações de vídeo. Se a pessoa se esquivar disso, são grandes as chances de ser catfishing (uma pessoa fingindo ser outra). Se a pessoa só aceitar voz, existe a possibilidade de a pessoa ser do mesmo gênero, mas não ser aquela pessoa da foto.

Redes sociais e amigos:
Você já falou com amigos dessa pessoa? Familiares? Existe alguma outra pessoa que confirme que a pessoa com quem você está falando é ela mesma? (ex: que ela tem um irmão, cachorro, estuda engenharia e trabalha meio-período)

Rotina:
Essa pessoa só te atende em horários específicos? Só fala com você no vídeo de madrugada / no meio da semana no horário de almoço / de manhã? Isso geralmente indica que essa pessoa tem outro relacionamento.

Visite algumas vezes antes de ir morar com a pessoa:
Um dos problemas mais comuns de relacionamentos à distância é a mudança de imediato: conversar por um tempo pela internet e depois fazer as malas para morar junto sem nem ao menos ter visto essa pessoa uma única vez antes. A verdade é que você só conhece a pessoa DE VERDADE passando um tempo com ela. Por isso mesmo, um relacionamento à distância requer um investimento financeiro – faça algumas viagens, e fique um tempo convivendo com essa pessoa – de preferência um tempo razoável, tipo algumas semanas.
Se você se mudar de primeira, a surpresa pode ser boa, e pode ser que aconteça o que você imaginava, mas também pode ser o inferno na terra, e para sair disso pode ficar um pouco (muito) complicado.

Uma grana extra durante as viagens:
Mais uma vez, namoro à distância requer dinheiro. Tenha um extra para um quarto de hotel caso as coisas venham a dar errado e você não consiga adiantar a sua volta.

Para viagens caras, um presentinho antes pode ser legal:
Talvez seja interessante conferir se a pessoa mora mesmo naquele lugar onde ela diz que mora antes de você fazer a viagem. Mande um presente, uma carta, qualquer coisa para o endereço dela. Se ela receber, ótimo – e você ainda mandou um carinho “não digital” para ela.

Confirmado o endereço, avise para alguém de confiança para onde você vai:
Nunca vá conhecer uma pessoa sem avisar a alguém para onde você vai (isso vale para encontros com estranhos até no seu bairro, ok?). Passe o endereço para alguém de confiança, pois se acontecer algo ruim, você poderá ser localizado.

Não mande conteúdos pela internet que você pode se arrepender depois:
Não mande dados bancários, senhas, fotos “quentes”, etc. Cuidado com a idealização – o quanto que você realmente sabe que essa pessoa é confiável, e o quanto que é você romantizando a situação?

Por mais que a gente queira que tudo dê certo, nem sempre as coisas são o que parecem ser. Prevenir é melhor do que remediar.

Para marcação de consultas:
psicologapaulamonteiro@gmail.com
(21) 99742-7750

Perdendo a concentração? Pode ser o seu celular

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Você anda sentindo que a sua memória não é a mesma? Ou que sua habilidade para focar simplesmente sumiu? Talvez seja o seu aparelhinho aí do seu lado.
Por favor, como psicóloga, não estou aqui para dizer que problemas sérios como o Transtorno do Déficit de Atenção não existem. Nada disso. Muito pelo contrário! Mas, é óbvio que certos ambientes e pessoas podem nos afetar proundamente – às vezes a ponto de nos sentirmos doentes. Todos sabemos disso, certo? Objetos não são exceção – especialmente quando estes são praticamente ‘vivos’.

Os celulares, especialmente os smartphones, nos trazem milhares de benefícios: podemos checar nossos e-mails, tirar fotos, mandar mensagens, ver novidades no facebook, assistir vídeos… Enfim, considerando que grande parte da população têm um smartphone, não preciso me alongar em suas vantagens – dessas, a grande maioria já sabe. Porém, ficar “antenado” o tempo inteiro pode trazer consequências, como, por exemplo, um constante estado de vigia, esperando a próxima interação, o próximo like, o próximo e-mail. Quantas vezes você interrompeu a atividade que estava fazendo para dar uma espiada no celular? Quantas vezes você não aguentou e teve que pegar o seu celular no meio da aula, reunião, ou até mesmo enquanto conversava com um amigo?

Considerando a distração causada pelos aparelhos, pesquisadores da Universidade do Texas em Austin resolveram fazer uma experiência: Diversas pessoas foram alocadas para mesas, para fazer um teste que media a atenção e a capacidade cognitiva. Para alguns, os pesquisadores apenas pediram que os celulares fossem desligados e colocados com a tela para baixo, em cima da mesa. Para outros, o celular deveria ficar dentro da bolsa ou mochila, enquanto, para um terceiro grupo, foi pedido para que seus celulares fossem levados para outro ambiente enquanto esses faziam o teste.

Os resultados do estudo apenas comprovaram o que muitos de nós provavelmente já imaginávamos: as pessoas que estavam com seus celulares em outro ambiente tiveram notas significantemente melhores do que as pessoas com o celular na mesa. Até as pessoas que colocaram o celular na bolsa/mochila obtiveram melhores resultados no teste do que o grupo com o aparelho na mesa.

Obviamente, o nosso cérebro acaba tão acostumado em checar o aparelho que, até mesmo quando ele está desligado nós pensamos nele, especialmente se ele estiver perto. Aliás, não somente isso: gastamos nossa atenção e energia pensando em não pensar nele! Nossa capacidade cognitiva e atenção não são ilimitadas, e gastamos uma boa parte de nossos recursos mentais usando o celular. O usuário de smartphone o utiliza em média 85 vezes por dia, desde a hora que acorda até a hora de dormir – sem contar que muitos usam o celular quando acordam no meio da noite, para fazer aquele pit stop no banheiro. Conhece alguém assim? Não é tão incomum quanto se imagina. Aliás, isso não ajuda em nada a voltar a dormir, já que a tela dos celulares causa insônia.

Claro, celulares são ótimos para comunicação, trabalho e até (ou especialmente) para diversão, mas precisamos parar para pensar o quanto estamos perdendo a atenção na vida real e na nossa produtividade por causa do aparelho. Seja num teste, na hora de escrever um post (como este) ou até mesmo conversando com alguém, deixe o celular de lado – mas de lado mesmo.

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Celulares

Os celulares de hoje em dia são ótimos. Eles tem absolutamente TUDO o que precisamos. Além do básico (ligar e mandar mensagem), temos agenda, GPS, internet, aplicativos para absolutamente tudo (até para conhecer pessoas que estão por perto), redes sociais etc. É definitivamente um grande avanço e com certeza tem um lado positivo. Mas vocês já perceberam como as pessoas cada vez mais estão mais alienadas do mundo real? Cada vez mais vemos famílias e amigos em mesas de restaurante, bares e cafés, ao invés de interagir com os que estão presentes, usando o celular e perdendo momentos importantes de comunicação presencial.

Os aparelhos cortam a comunicação entre pessoas, no mundo físico. Isto é, crianças, principalmente, deixam de aprender a se comunicar direito com uma pessoa que está na frente dela. Aprender a se relacionar na vida real é importante, e crucial para um casamento funcionar, por exemplo. A média de divórcios não está somente aumentando por traição, menos tempo de qualidade para o casal (e problemas vindos de redes sociais!), mas também porque as pessoas não sabem mais interpretar sinais dos parceiros, ou deixam de prestar atenção nos pequenos detalhes como mudança de tom de voz ou mudança facial, pois o contato olho a olho diminuiu drasticamente desde o uso de smartphones. E não estou falando que sou contra encontrar alguém online, mas inevitavelmente será necessário habilidades sociais reais para fazer o relacionamento acontecer e se manter.

Não perceber pequenas nuances de tons de voz e mudança de face são apenas pequenos problemas de uma grande lista. Os celulares, conforme estudos (o link do artigo se encontra no final do post), afeta os níveis cognitivos de pessoas que foram testadas. Testaram pessoas com um celular na mesa, e outras com o celular guardado. As pessoas com o celular na mesa renderam em média 20% a menos que as sem contato visual com o celular. Por quê? Uma grande possibilidade é que já ficamos esperando alguma mensagem ou ligação, mesmo sem estarmos usando o telefone, logo, perdemos uma boa parte da atenção. Além disso, se você é usuário de smartphone, provavelmente percebeu que sua memória piorou. Isso tem explicação: para uma memória de curto prazo se tornar uma memória de longo prazo precisamos de tempo de descanso, só que o problema é que estamos sempre estimulados por celulares, logo, nosso cérebro não tem o tempo necessário para recordar tudo o que deveria recordar.

Como se fosse pouco o que eu mencionei acima, nosso aparelhinho corta todas as nossas barreiras trabalho-casa. Isto é, muitos acabam respondendo clientes ou chefes fora de expediente, virando um trabalho 24h, e obviamente isso também influencia na vida familiar e social.

Portanto, o celular é bom, mas use com moderação!

https://www.psychologytoday.com/blog/glue/201501/is-your-smartphone-making-you-dumb
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